Ilustração: LostOneself, deviantART
MEDITAÇÃO SOBRE FOTOGRAFIA DE ALEXANDER BABIC
se existe um corpo maior que a dimensão
dos mapas, não poderá ser o meu
porque o meu não se limita à rasura
do papel, à iluminura das casas,
ao tenebroso, mas simples deambular
das hordes angelicais.
nenhum sopro me responde,
nem sairá de mim qualquer poema
que invoque outro poema.
apenas o espaço entre os corpos
e a clausura da terra,
que fica lá em baixo,
revestida de um lírio pequeno,
o mesmo que fechado é aos
acordes dos motores
e das palavras que fecham
e abrem a sede das estações.
se existe um corpo maior que a dimensão
dos mapas, não poderá ser o meu
porque o meu não se limita à rasura
do papel, à iluminura das casas,
ao tenebroso, mas simples deambular
das hordes angelicais.
nenhum sopro me responde,
nem sairá de mim qualquer poema
que invoque outro poema.
apenas o espaço entre os corpos
e a clausura da terra,
que fica lá em baixo,
revestida de um lírio pequeno,
o mesmo que fechado é aos
acordes dos motores
e das palavras que fecham
e abrem a sede das estações.
POEMA PARA LARKIN GRIMM
certa noite, o devandra disse-te:
a tua música é como uma prisão
é como estar fechado num lugar
muito escuro e ouvir o som
eu digo-te: nada do que tu cantas
ou exprimes pela voz pode ser uma
prisão, talvez um ponto pequeno
na grande planície branca
[ou um ponto/deserto, uma esfera
demoníaca que dissesse ou soubesse
de tudo]
certa noite, disseste ao devandra:
faz-me uma tatuagem no braço direito,
afinal és o arauto de deus, tens uma
barba plena e todos os homens que forem
como tu saltarão por cima de silvas amarelas
e cantarão da voz e dos caminhos do sal
porém, nada disso me interessa
quando ouço a grande voz americana
soletrando uivos de coiote
é provavelmente porque sou animal
de poder numa cidade em desintegração.
a tua música é como uma prisão
é como estar fechado num lugar
muito escuro e ouvir o som
eu digo-te: nada do que tu cantas
ou exprimes pela voz pode ser uma
prisão, talvez um ponto pequeno
na grande planície branca
[ou um ponto/deserto, uma esfera
demoníaca que dissesse ou soubesse
de tudo]
certa noite, disseste ao devandra:
faz-me uma tatuagem no braço direito,
afinal és o arauto de deus, tens uma
barba plena e todos os homens que forem
como tu saltarão por cima de silvas amarelas
e cantarão da voz e dos caminhos do sal
porém, nada disso me interessa
quando ouço a grande voz americana
soletrando uivos de coiote
é provavelmente porque sou animal
de poder numa cidade em desintegração.