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Gilka Machado e a Insaciedade do Infinito

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Regressa ao teu Amor, goza um momento,
que o momento de amor que a vida goza
mais do que a eternidade é longo e lento.
em “Ouve, minh'alma, e pensa muito, pensa...”

Gilka Machado (1893-1980) foi reconhecidamente a maior poeta do Simbolismo brasileiro, conservando, inclusive durante considerável tempo após 1922, um prestígio quase inabalado. Se, por um lado, muito de sua poética é valorizada por revoluções estéticas (um verso livre teoricamente mais ousado do que aquele que era praticado à sua época) e sensoriais (uma radicalização da sinestesia simbolista, com uma ênfase trágico-erótica de tudo quanto existe), por outro, Gilka também foi uma exímia poeta social. Em seu livro de estreia – Cristais Partidos, de 1915 -, há um verdadeiro hino feminista, o soneto “Ser Mulher”, e, em seu Sublimação, de 1938, por exemplo, há dois poemas de teor social indisfarçável: “Ode aos Trabalhadores que construíram a Cidade do Rio de Janeiro” e “Alerta, Miseráveis”. A própria postura de Gilka, ao escrever uma poética de confessa sensualidade e feminilidade em uma época patriarcal e conservadora, demonstrava, naturalmente, um teor de enfrentamento ao qual a sua poesia estava envolvida.

Gilka Machado em sua maturidade
(Créditos: Templo Cultural Delfos)

O seu primeiro livro era de um Simbolismo pulsante, mas ainda com teores ortodoxos. Apesar de ter obtido, à ocasião de sua estreia, uma recepção grandiosa, a poesia de Cristais Partidosainda nos soa trabalhada nos clássicos moldes utilizados pelos simbolistas precedentes à poeta, o que, evidentemente, não quer dizer que não houvesse poemas verdadeiramente belos, como os dez “Noturnos” e o já citado soneto “Ser Mulher”. Aliás, acerca dos sonetos de Gilka, em toda a sua obra, à medida em que o seu verso livre ia evoluindo fabulosamente, nessa pequenina forma de quatorze versos a sua melodia não se encaminhava com tanto êxito. Em sua trajetória literária, foram padrões os quartetos com a mesma distribuição de rimas (ABAB/ABAB), deixando uma maior variação para os tercetos, nos quais já há uma melhor disposição de melodia. Tematicamente, que é o que importa, em fato, os sonetos configuram-se em maioria na sua obra-prima – Meu Glorioso Pecado, de 1928 -, mas se lidos seguidamente, na concepção simbolista de que a poesia é indissociável de sua música – a poesia é música, afinal -, causara-nos a impressão de um curioso minimalismo melódico em oposição à grandiloquência imagética de seus versos. De Cristais Partidos, vejamos dois sonetospara exemplificar o exposto:

NOTURNOS (de Cristais Partidos)

VIII

É noite. Paira no ar uma etérea magia;
nem uma asa transpõe o espaço ermo e calado;
e, no tear da amplidão, a Lua, do alto, fia
véus luminosos para o universal noivado.

Suponho ser a treva uma alcova sombria,
onde tudo repousa unido, acasalado.
A Lua tece, borda, e para a Terra envia,
finos, fluidos filós, que a envolvem lado a lado.

Uma brisa sutil, úmida, fria, lassa,
erra de quando em quando. É uma noite de bodas
esta noite... há por tudo um sensual arrepio.

Sinto pelos no vento... é a Volúpia que passa,
flexuosa, a se roçar por sobre as coisas todas,
como uma gata errando em seu eterno cio.

E esse tão contemporâneo canto feminista:

SER MULHER... (em Cristais Partidos)
Ser mulher, vir à luz trazendo a alma talhada
para os gozos da vida; a liberdade e o amor;
tentar da glória a etérea e altívola escalada,
na eterna aspiração de um sonho superior...

Ser mulher, desejar outra alma pura e alada
para poder, com ela, o infinito transpor;
sentir a vida triste, insípida, isolada,
buscar um companheiro e encontrar um senhor...

Ser mulher, calcular todo o infinito curto
para a larga expansão do desejado surto,
no ascenso espiritual aos perfeitos ideais...

Ser mulher, e, oh! atroz, tantálica tristeza!
ficar na vida qual uma águia inerte, presa
nos pesados grilhões dos preceitos sociais!

Em Estados da Alma, a sua poesia começa a ganhar contornos de genialidade sinestética. No Brasil, com exceção talvez a Cruz e Sousa, nenhum outro poeta ou poetisa conseguiu tantos êxitos no grande jogo dos sentidos como Gilka Machado. O longo “A Emotividade da Cor” (“olhar a cor/ é ouvi-la,/ numa expressão tranquila,/ falar de todas as sensações/ caladas, dos corações.”) é de uma felicidade expressional palpitante. Mas, dessa obra, os célebres sonetos de “Particularidades...” consistem certamente em obras-primas de uma poesia erótico-sinestética:

PARTICULARIDADES...(em Estados da Alma)

I

Muitas vezes, a sós, eu me analiso e estudo,
os meus gostos crimino e busco, em vão torcê-los;
é incrível a paixão que me absorve por tudo
quanto é sedoso, suave ao tato: a coma... Os pelos...

Amo as noites de luar porque são de veludo,
delicio-me quando, acaso, sinto, pelos
meus frágeis membros, sobre o meu corpo desnudo
em carícias sutis, rolarem-me os cabelos.

Pela fria estação, que aos mais seres eriça,
andam-me pelo corpo espasmos repetidos,
às luvas de camurça, às boas, à pelica...

O meu tato se estende a todos os sentidos;
sou toda languidez, sonolência, preguiça,
se me quedo a fitar tapetes estendidos.

II

Tudo quanto é macio os meus ímpetos doma,
e flexuosa me torna e me torna felina.
Amo do pessegueiro a pubescente coma,
porque afagos de velo oferece e propina.

O intrínseco sabor lhe ignoro; se ela assoma,
no rubor da sazão, sonho-a doce, divina!
Gozo-a pela maciez cariciante, de coma,
e o meu senso em mantê-la incólume se obstina...

Toco-a, papo-a, acarinho o seu carnal contorno,
saboreio-a num beijo, evitando um ressabio,
como num lento olhar te osculo o lábio morno.

E que prazer o meu! Que prazer insensato!
- Pela vista comer-te o pêssego do lábio,
- e o pêssego comer apenas pelo tato.


Ainda em Estados da Alma, há verdadeiras perambulações por uma musicalidade que ganha caráter etéreo, como em “Ouvindo um solo de violoncelo” e no soneto “Sobem, na longa esguiez dos galhos ressequidos...”. Sobretudo, o seu verso livre, ao estilo de um Hermes Fontes e não muito diferenciado daqueles versos soltos de Alphonsus de Guimaraens dos derradeiros livros, começa a demonstrar sintomas de uma melhor adaptação à poesia sintética do que às longas divagações (quase sempre divididas em partes), como, em exemplo, no poema de primeiro verso “Por este fim de dia”, de vinte e oito versos polimétricos. Tais características tornar-se-iam mais evidentes ainda em alguns poemas de Meu Glorioso Pecado, publicado em 1928. Porém, antes falemos de um poema em particular presente em Mulher Nua, de 1922. Sabe-se que o Surrealismo deve muito ao Simbolismo principalmente no que se refere ao onirismo em plena correspondência com as coisas do mundo “real” (não se exclua do hall de influentes nessa questão alguns Românticos, como um John Keats, tão precioso aos simbolistas ingleses e brasileiros), mas como definir essa estrofe final de “A uma Lavandeira” a não ser como uma evocadora de certos momentos da pintura da espanhola Remédios Varo?

Ao teu labor, que assim depura,
tenho este anseio singular:
pudesses tu, leda criatura,
lavar minha alma da amargura
e pô-la ao sol para secar.

Mas foi em Meu Glorioso Pecado que Gilka marcou-se como definitiva. Se, por um lado, muitas das temáticas simbolistas se mantivessem claras na obra, a construção já deixara para trás aquela ortodoxia formal dos livros anteriores e alguma hesitação que aparecesse em Mulher Nua, por exemplo. O que vemos aqui, mesmo nos sonetos, é de um primor estético, mas, acima de tudo, de uma construção personalíssima. Meu Glorioso Pecado é Gilka Machado em sua essência mais vibrante e grandiloquente. Não raramente, porém, deparamo-nos com temáticas que nos lembram, em interessante espelhamento, outra célebre simbolista e que, tal qual a poeta carioca, sofreu das agonias dos amores e das lassidões inatingíveis: Florbela Espanca. Eis um soneto para exemplificar a ideia:


A QUE BUSCAS EM MIM... (Em Meu Glorioso Pecado)

A que buscas em mim, que vive em meio
de nós, e nos vai unindo nos separa,
não sei bem aonde vai, de onde me veio,
trago-a no sangue assim como uma tara.

Dou-te a carne que sou... Mas teu anseio
fora possuí-la – e espiritual, a rara,
essa que tem o olhar ao mundo alheio,
essa que tão somente astros encara.

Por que não sou como as demais mulheres?
Sinto que, me possuindo, em mim preferes
aquela que é o meu íntimo avantesma...

E, ó meu amor, que ciúme dessa estranha,
dessa rival que os dias me acompanha,
para ruína gloriosa de mim mesma!


Todas as temáticas trabalhadas anteriormente por Gilka, com exceção àquelas sociais que culminariam no aspecto mais considerável de seu Sublimação (1938), obtiveram o seu maior êxito em Meu Glorioso Pecado.A ânsia de infinito, comum a todos os simbolistas – e que com Gilka obteve o mais vivo caráter de rebeldia social após o “Emparedado”, de Cruz e Sousa -, é desenvolvido em vários momento da obra. Mas notemos a beleza destes versos livres – cuja síntese estava, como já fora citado, desenvolvendo-se em seus livros anteriores - e em que a tópica é reavivada em um tom curiosamente tátil:

MEU DESERTO... (em Meu Glorioso Pecado)

Meu deserto,
és para mim
o que é para as aves o espaço:
murcham na tua ausência
minhas asas,
saudosas dos teus longes,
saudosas do infinito da tua alma.

Ah! a impossibilidade
dos meus surtos,
sem as distâncias iluminadas
do teu ser misterioso!...

Por ti meu sonho desfalece,
aos poucos,
de inércia, como um pássaro cativo.

Vem com o teu peito vasto,
com teu espírito incomensurável,
dar-me a ilusão,
dar-me a certeza
de que é meu todo o céu,
de que és meu todo;
traze-me a liberdade,
as distâncias azuis;
deixa que eu possa, bem no inferno dos teus braços,
roçar o corpo pelas plumas do éter!...

E mesmo voluptuosidade típica da poeta ganha, nos versos iniciados em “Tua boca é um voo de andorinha mansa”, certamente um equilíbrio entre a delicadeza e a voracidade não encontrada em seus poemas anteriores sobre do tema:

(…)

Tua boca é um voo... Que avidez de sangue!
Nunca se sacia, nunca se conforta,
deixa sempre exangue,
no seu rumo infindo,
qualquer outra boca em que, um momento, aporta
essa malfazeja que é um demônio lindo.

Tua boca é um voo... Quanta vez de ninho
lhe serviu a minha (lembras? - Que tristeza
pássaro daninho
que inda me tresloucas!)...
Tua plúmea boca, nos meus lábios presa,
ensaiava os surtos para outras bocas...

(…)

Quando Sublimação foi publicado, ou seja, em 1938, Gilka Machado já havia sido considerada “a maior poetisa brasileira” cinco anos antes em pleito realizado pela revista O Malho, em votação nominal que contava com os intelectuais mais credenciados para a época. Porém, ao lançar o seu novo livro, não cantava mais aquela pós-simbolista perscrutadora de todos os sentidos, mas sim uma poeta das ânsias humanas mais atuais, não raramente urbana, social, com um fino entendimento da função espiritual da poesia mesmo em um tempo em que o ser fica tão alheio a si mesmo como o moderno. Gilka, definitivamente, nesse livro, tornou-se “a voz da humanidade”, como definiu Andrade Muricy. O poema introdutório, de um linguajar simples (assim como em todo o livro), mas de espetacular acerto, deixa bem claro essa cosmovisão, não sem almejar, ao mesmo tempo, um aristocrático isolamento do artista, típico da época de sua formação literária:

O MUNDO NECESSITA DE POESIA... (em Sublimação)

O mundo necessita de poesia,
cantemos, poetas, para a humanidade;
que nossa voz suba aos arranha-céus,
e desça aos subterrâneos,
acompanhando ricos e pobres
nos atropelos
das carreiras
de ambição
e na luta pelo pão!

Lavemo-nos das máscaras histriônicas,
tenhamos a coragem
de propalar a existência eterna
do sentimento;
ponhamos termo
a esses malabarismos
de palhaços
falsos
da modernidade,
permanecendo diferentes,
diante da multidão
insensibilizada,
enferma.

A humanidade quer rir de tudo,
porém é alvar sua gargalhada;
foge das tristezas,
mas paira ausente
em meio aos prazeres,
desligada em toda parte,
perdida em si mesma.

O homem anda esquecido
do caminho da fé
que a poesia sempre lhe ensinou.
O homem está inquieto
porque lhe falta a posse das distâncias
que só a poesia proporciona.
O homem se sente miserável
porque a poesia já não lhe enche a alma
daquele ouro inesgotável
do sonho.

O mundo necessita de poesia,
(não importem assuadas)
cantemos alto, poetas, cantemos!
Que seja nossa voz
um sino de cristal,
um sino-guia de perdidos rumos,
vibrando do nevoeiro da inconsciência
do momento angustioso!

Nosso destino, poetas, é o destino
das cigarras e dos pássaros:
- cantar diante da vida,
cantar
para animar o labor do Universo,
cantar para acordar
ideias e emoções;
porque no nosso canto
há um trigo louro,
um pão estranho que impulsiona
o braço humano,
e os cérebros orienta,
uma hóstia
em que os espíritos encontram,
na comunhão da beleza,
a sublimação da existência.
O mundo necessita de poesia,
cantemos alto, poetas, cantemos!

Quase tudo em Sublimaçãonos soa mais contemporâneo e menos moldado nas questões atemporais de seus primeiros livros. Um poema como “Aos Heróis do Futebol Brasileiro” demonstra como a sua poesia caiu em definitiva ocasionalidade, apesar de uma sensível percepção da alma brasileira. Mas ainda há momentos marcantes e típicos de sua poética ástrica, como nesse trecho de “Viagem ao Sétimo Céu”, um dos bons poemas do livro:

Por entre céus, subíamos
ao Silvestre;
a cidade,
lá em baixo,
era um céu invernal
e o céu dilatava os olhos
enamoradamente
para as estrelas
que bailavam no abismo.

Em Velha Poesia(1965) paira um grande clima recordatório, nostálgico, na consciência serena de um encerramento da própria trajetória poética. Mas também traz trechos pungentes de percepções sociais, como da viagem que a poeta fez para os Estados Unidos em 1941, que desaguou nestes versos, absolutos em crítica contra o materialismo estadunidense (em um sentimento de desprezo afluente àquele que levou Garcia Lorca a escrever o seu Poeta em Nova Iorque):

CENTRAL PARK (em Velha Poesia)

Por entre tuas árvores sem franças
minha angústia passeia
encolhida em lembranças.

Talvez tenhas encanto,
mas te vejo através da neve e do meu pranto
e feio tudo em ti se me afigura;
mas te vejo desdobrado
em meio de uma hostil arquitetura
onde os arranha-céus
exclamativos
lembram ameaças feitas a Deus.

Vegetação sem flores e sem frutos,
árvores nuas, causticadas pelo frio;
fez-se de pedra, é gelo a água do rio,
e bandos de aves e aluviões de passarinhos
abeiram os caminhos
esperando alimento dos transeuntes.

Amplo Parque Central, como tu me desolas!
Não tens mendigos implorando pão,
mas as asas em ti vivem de esmolas,
voejam, aflitas, de mão em mão...
A minha alma, também, vaga em tuas estradas,
como essas pobres aves torturadas,
porém
ninguém
compreende a fome
de ternura
que meus dias consome.

Pasma, contemplo a estranha romaria
que te enche pelas manhãs:
mulheres e homens conduzindo cães
fragílimos ou possantes,
de várias raças e de aspectos desiguais,
com carinhos vigilantes,
com desvelos maternais,
e quedo-me a pensar que delícia
seria se eles soubessem ter para com os semelhantes
a ternura que têm para com os animais.

Acorro sempre à janela aos ruídos
de latidos
que vêm de ti, para a felicidade
de sentir expressões de humanidade
em tua gente
diferente.

Amplo parque mundial, ó New York ilusória
que atrais o mundo com mentiras vãs,
conheço alguém
que bem
conhece a história
dos sonhadores em que tanto atuas,
dos poetas que a ti vêm,
e erram por tuas
ruas,
com uma inveja infinita de teus cães...

A compressão de que a sua trajetória poética se findava se dá, sobretudo, pela confrontação das mulheres presentes em Gilka dessa Velha Poesia. No poema “Saudade”, por exemplo, compara-se a mulher jovem, absoluta em seu erotismo, com a sua imagem envelhecida, inerte, imersa nas nostalgias de tudo quanto foi precioso um dia. Note-se a adjetivação mallarmeana presente no poema:

SAUDADE (em Velha Poesia)

De quem é esta saudade
que meus silêncios invade,
que de tão longe me vem?

De quem é esta saudade,
de quem?

Aquelas mãos só carícias,
aqueles olhos de apelo,
aqueles lábios-desejo...

E estes dedos engelhados,
e este olhar de vã procura,
e esta boca sem um beijo...

De quem é esta saudade
que sinto quando me vejo?

Gilka Machado foi, de maneira justa, considerada a maior poeta do Simbolismo brasileiro, e, sem dúvida alguma, uma das grandes de toda a Língua Portuguesa. Quando a Academia Brasileira de Letras, em 1977, depois de um obscurantista hiato, abriu a vaga para a primeira entrada de mulheres na agremiação, a poeta de Meu Glorioso Pecado foi cogitada por vários intelectuais (até mesmo Jorge Amado, com quem não tinha nenhuma relação estética, declarou o seu apoio). Gilka, porém, declinou o convite. E após essa negação – que evidentemente em nada anulava a eternidade de sua obra - seu legado, é bem verdade, antes de ser reconhecido passou por um perigoso tempo em esquecimento até a publicação de sua Poesia Completa, em 1992, doze anos depois de sua morte, portanto.


Se durante muito tempo a sua obra foi analisada somente em suas bases eróticas – que são de uma eloquência vivaz -, limitar a leitura de sua poética a essa tópica é estiá-la de grandes momentos. Gilka escreveu a mais profunda perscrutação dos sentidos que a nossa poesia já conheceu – e isso em quase todas as temáticas que lhe eram de interesse; e aos sentidos de Gilka não conseguimos denominação clara nem direção definida, pois - irmã da alma e filha da terra -, todos eles cantavam ao inefável - mesmo quando soassem qual uma canção mundana - para que sempre indicassem o infinito.



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