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4 poemas de Gisele Borges

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Metamorfose de Narciso, Salvador Dali


 
Sonhos em Tempos de Fukushima

Ares que entorpecem,
desfalecem

Ocaso insalubre

Ante um sol carmim sangrento,
Tudo findado!

Meta cumprida
Pulso aniquilado.



Frenética CWB

Babilônicos sedentos,
Comedida alforria
Terapias diversas,
Impostora alegria

Vidas cinzentas
empoladas magentas;
Vísceras devoradas
esquecidas na alvorada

Frenesi e morte
edificam a epopeia;
A noite é o Habeas Corpus
da medusa europeia.



A instrução pelo beijo
(Para revirar João Cabral)

Serpentear a língua
Tecer a teia
Aguar o gosto
Desejar o oposto

romper barreiras, 
Faceiras maneiras!

A poesia do encontro
A humanidade enfim revelada,
Diante da catarse tão esperada!
  


Ode ao poeta

Sinto, poeta
a rima não toca mais

Tem asa quebrada
esta canção,
feita de foligem 
e areia pânica

Palavra sem chama
a sorver do meu prana

Tua pretensa delicadeza
é cega ante a minha flama

Encenada de escudo e lança,
rímel e carícias tântricas

Não quero mais teu compasso
A me incitar contradança!




Gisele Borgesé  poeta, editora, professora e mestre em literatura brasileira (UFPR). Atualmente, participa do grupo das Meninas que Escrevem em Curitiba e do corpo editorial da Revista Trías.


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