Tarde cinzenta pela vidraça de onde se avista o Tâmisa, um copo de eldeflower cordial, geometrias coloridas de Beatriz Milhazes. Borboletas pousam entre cinzeiros repletos, caos aéreo sem controle de voo. Amor é o que você precisava. Tracey Emin retorna para Margate. A criança cresce. Strangeland, castles in the snow nos jardins suspensos sobre o mercado de artigos finos. Alma gêmea uma fraude. E depois visões borradas da catedral, sinos, luzes de Turner. Tenho impulsos mas estou cansada. O corpo descansa no vagão rumo a Southwest London. Forget-me-not. Tomar chá amanhã no campo inglês, entre flores desta estação amena.
It’s all true. Velas azuis ancoradas. Suave é a noite. As luzes piscando como uma discoteca em Manila. Vento forte e palmeiras bravas. Álcool. A água perto do fogo. Conter a ebulição. Arremesso e recuo. Violenta mas cálida. O paraíso estranho é aberto ao mergulho. Pouco verbal. Silêncio marinho que transborda, meu amor. Long ago. Saravah. Vagava pela África. Tantas cidades e rios. A terra do nunca é muito longe. O tempo é menos eterno.
*palavra: Virna Teixeira
*imagem: Andrej Mashkovtsev
*imagem: Andrej Mashkovtsev
*seleção: Adriana Zapparoli
Virna Teixeira publicou 3 livros de poesia: Visita (2000) e Distância (2005) pela 7 Letras e Trânsitos (2009) pela Lumme Editor, além de alguns títulos de tradução de poesia escocesa. Os dois poemas são inéditos e fazem parte do seu novo livro de poemas Como suturar lembranças, que deverá ser lançado este ano.