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Da série "Anatomias" de Fernando Vicente (http://fernandovicenteanatomias.blogspot.com.br/) |
/por Nuno Rau/
o óleo do motor do mundo, rícino
amargo que corrói o que se sente
mais ardente à medida que os círculos
do inferno de catracas moem os fios
frágeis que unem as coisas à placenta
do sentido (imagens que o olho inventa):
o óleo afoga tudo com seu visco.
Poemas têm que ser uma ciência
ou manual da máquina do mundo
cão, mecânica aplicada ao obscuro
trabalho do motor, sua falência
calculada pelos versos, areia
no engenho, vidro moído na veia.