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Fragmentalidades do ponteiro em diário

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                                Dedicado a Arthur Boz


12 de julho
Tempo não se mede em ponteiro, Chronos
                             (embora mentira muito contada mil vezes se torne real)
mas em unhas, cabelos e sincronicidades
e ainda em marcas de expressar-se
pois ponteiro é faca de fazer puir
pêndulo eterno do instante presente
plano cartesiano em reflexo - jamais imagem
                             e o relógio devora até o deserto dos sapatos

½ de novembro
O relógio comeu minha infância, meus retratos
minhas encarnações passadas e os meus nomes
Roeu paixões, vestidos e verdades absolutas
e ainda mastiga assim meio de lado
aqueles sonhos inexistentes de se dizer
“começo na segunda”, assim como haverá
de devorar até mesmo aquele amor escuro
                                                 (de Joaquim)

22% de outubro
O relógio ampulheta a areia dos calendários

27 de março
Música é saber o tempo enquanto dança
metrônomo de sentimento anacrônico
é esticar a asa do relógio
                               pra fazer internidades

27 ¾ de março
Polirritmia é fazer o tempo perder a si mesmo

31 de dezembro
O inspiro antes do mergulho
pleonasmo do calendário
de contar o incontável
e medir infinitudes
Feliz ilusão nova, Einstein
muita prosperidade para o seu calendário
e para os ponteiros que contam suas
vicissitudes em frações temporais inexistentes
mas faça bom uso do seu tempo
pois se tempo é dinheiro fabricar relógios
                                                é (as)salto de vida.

Primeiro de Janos (ou 31¾ de dezembro)
tempo é matemática de se medir o nada
quarta dimensão de coisa alguma

17 de
Ampulheta é fazer cintura no tempo

30 de fevereiro
Não tenho tempo pra desperdiçansas
isso de deja vu é abrir janela no tempo
e o relógio envelhece até o lado escuro 

                                                   do silêncio

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