João Vário conversa com Francisco Carlos
(Primeira parte)
A questão é que a experiência serve menos a arte do que ao tempo histórico
Esse condominino fundado sobre o chão de genocídios
O asfalto é o véu de Berkeley
da floresta na pele do Cosmo
O homem- jaguar é a mulher- lua
O Povo é o extermínio
dos mitos pelo esquecimento
A criação do antimundo pelo esquecimento dos massacres
Mas você tenta ao menos ressuscitar
com essa pajelança cênica
parecida com a do Sr. Muller
como um dj de mitos
uma dramaturgia Max Ernest
para a cura-Sinai
que Antonin Artaud buscava no México
não, o imanente na floresta
é o próprio desenho da linguagem
que uso como Godard usa a pintura
nos filmes
E eis que entram as nações-fantasma da alteridade da língua :
Aikaná.com Farnese de Andrade debaixo da ponte do viaduto do chá
Akun’ tsu.com Hélio Oiticica construindo a cartografia geográfica do parangolé Hubble Amazon
Amanayé.com Blaise Cendrars e Isadora Duncan sambando no Carnaval da Crackolândia
Apinayé.com com Eduardo Viveiros de Castro na chuva de peixes voadores do Maracanã
Araweté.com o esqueleto de Steven Jobs transfigurado em 200000 formigas gigantes entrando no mar radioativo da Amazônia
Atkim Uma.com e Gavião-Rorokateyê.com dando curto nas caixas quânticas
Luz no Nome de todas as tribos queimando no Memorial da América Latina
Incenso ôntico
para a transfiguração da cidade em cena
bem antes do Devir-melancolia do Sr. Von Trier
Ela é essa limousine parada no meio da floresta de carbono PRT
Marcelo Ariel