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A Idade Das Águas de Lila Maia

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Ilustração : Renne Margritte

SOLIDÃO
O desejo que tenho do outro, não perturba os gestos solitários. Não é o vento que leva meus sonhos, nem o mar que devolve os escombros. Tudo em mim é solidário e agoniza.
Acontece que o amor termina.

FAMÍLIA
Mesmo gesto repetido, milenar. Das coisas intactas, mexidas. Insetos mal resolvidos.
Ser agora a borboleta, é rever a casa. 

MAGMA
Como se tudo em mim fosse mais, sou eu que me lanço as pedras deixo a faca no peito sem morrer. Há um fogo no corpo se fechando em ciclo, esse poema começando do fim. Inferno? Partilha? Nada me restitui a inocência, ainda que o sol no café da manhã seja mais um ofício de querer a lição.
O hábito de sofrer diverte.
Os poemas são do livro A Idade das Águas.
 
A maranhense Lila Maia é graduada em Pedagogia e tem três livros publicados: A Idade da águas, Céu despido, vencedor do II Prêmio Literário Livraria Asabeça 2003 e, As Maçãs de antes, livro vencedor do Prêmio Paraná de Literatura 2012  na categoria poesia e semifinalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2013.

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