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O Amor em Adriane Garcia

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E agora pulsa

Com violência
Bateu nas pedras
E furando-as
Fez falésias.
Duas:
Um ventrículo direito
E um esquerdo.







Leonid Afremov - Verdadero amor




Os poemas de quase amor 

Não alcançarei no vocábulo
O que é olhar, silêncio e útero
Só tentarei em gritos desesperados
Fazer ouvir a existência
Que sem Ele, sem sentido
Que por Ele, temente à morte
Poder viver mais um dia
Para encontrá-Lo, o Amor.




O Senhor do Tempo

Longe dele
As horas passam lentas.
Perto,
Tão logo se apressam.

É ele que translada a Terra, agora
E a rotação virou um brinquedo.

O sistema teocêntrico voltou:
Eu
Gravitando em torno
Do Senhor do Tempo.




Televisiva

Quando meu diabinho
Dá a ordem,
Eu amo.

E meu anjinho fica
A me proteger na aventura...

Ele que é dado a assistir novelas.




(Do livro inédito Poemas de quase amor)




Adriane Garcia, nascida em Belo Horizonte/MG, em 1973. Historiadora, funcionária pública, arte-educadora, atriz. Escreve poesia, infanto-juvenis, contos e dramaturgia. Venceu o Prêmio Nacional de Literatura do Paraná, Helena Kolody, com o livro de poesia Fábulas para adulto perder o sono. Escreve aqui.






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