Os sinos correm os campos colhendo as inocências dispersas pelos corvos. Os turíbulos geram nebulosas nos intestinos da nave. É lactante o Corpo Místico: vinde, bandidos, e crianças de peito. Na penumbra o Hierarca exibe a envergadura feérica dos paramentos consagrados. O órgão tinge a face dos pobres de acordes preciosos. As línguas, trêmulas e reverentes, se oferecem à transubstanciação. A memória atualizada da redenção explode o crisol eucarístico. Quem persistirá no sepulcro, nas faixas putrefatas de Lázaro? A altitude áurea dos ícones guarda o Santo dos Santos, enquanto as energias de Deus traspassam os olhos maravilhados.
Imagem: Christós Pantokrátor.