sob o ato da poesia, calí boreaz [1]
Cleber da Silva Luz (UNESPAR)
Sandro Adriano da Silva (UNESPAR/UFSC)
Considerações iniciais
A poeta calí boreaz [2] nasce em Portugal, no outono, numa madrugada fria de sexta-feira [3], dia de Vênus ou do amor, em suas palavras. Estudou Direito em Lisboa; depois, viveu um tempo em Bucareste, onde estudou Língua e Literatura Romena, e, também, tradução literária. Com formação em Direito, atuou como advogada na área da imigração em Portugal; na literatura, torna-se tradutora de dois livros do romeno para o português, os romances O regresso do hooligan (2010), de Norman Manea, e Lisboa para sempre (2012), de Mihai Zamfir.
Na virada de 2009 para 2010, embarca rumo ao Brasil, onde reside até o momento, na cidade do Rio de Janeiro – RJ, dedicando-se ao ofício do teatro. É assim que, aqui, em terras brasileiras, calí entra no cenário poético brasileiro (e português) com outono azul a sul (2018) [4], seu primeiro livro de poesia. Em depoimento, a poeta trata da obra como
[...] um roteiro poético de 8 anos de exílio — desejado — no Brasil, tendo como protagonistas o ser deslocado, e por isso mais atento, o artista traindo o burocrata, o amante que não consegue habitar o amor. é, essencialmente, sobre clandestinidade, sobre estar num lugar de erro — geográfico ou taquicárdico (CALÍ BOREAZ, 2018).
outono azul a sul (2018), este título que traz o mar implícito, figura-se um intenso ensaio sobre desterritorialização, sobre travessia, sobre navegar mares rumo a não-lugares, no espaço, no tempo, na linguagem, cujo eu poético, em exílio costeiro, cria e penetra em novas zonas de permeabilidade, reindividualizando-se, na tentativa de buscar o outro, indo ao encontro do mais estrangeiro em si mesmo. Rumo ao incógnito, à diluição de sua identidade, àquela “região informe”, de que fala Deleuze, “onde a linguagem pode liberar-se”, (1988, p. 142), proliferando ou anulando a palavra de seu molde. O conjunto poemático alude a uma oceânica necessidade do eu lírico expandir territórios, em seus movimentos ondulatórios, de marenitudes, uma forma especial de ruínas de águas, que vão singrando o repertório de temas: a metapoesia; a condição de exilado “suspeito”, para lembrar um verso de Octavio Paz; o amor, em sua condição mutilada; a geografia poética que se faz polifônica, ecoando um vício biográfico; o erotismo infenso, a solidão producente, entre outros. O eu lírico, esse ser poético que transita em calí, retoma parte da clássica concepção de poesia, como criação, como informa a etimologia, do grego poiesis, de poiein (MOISÉS, 1989, p.81). Assim, vemos a poesia ligada ao criar, produção de um ser criador que torna as palavras vivas, ao passo que ele “[...] revela este mundo [...]”, criando um outro (PAZ, 2012, p. 21).
calí evoca imagens de travessia de Portugal ao Brasil, além de arquétipos como mar, tão caros à literatura portuguesa, envolto em um sentimento de saudade, ao mesmo tempo que dota seus poemas de uma matéria brasileira, em várias cores e em vários tons, em comunicação de sentimentos de angústia, dor, saudade, que marcam a subjetividade lírica de um eu que se transmuta, se avessando no poema, como busca e revelação do ser:
O poeta lírico está preocupado com o próprio “eu”: “o conteúdo da poesia lírica” é “a maneira como a alma, com seus juízos subjetivos, alegrias e admirações, dores e sensações, toma consciência de si própria no âmago deste conteúdo”; “com efeito, o que interessa antes é antes de tudo é a expressão da subjetividade como tal, do seu exato conteúdo, da alma e dos sentimentos, e não a de um objeto exterior, por muito próximo que seja”. (MOISÉS, 1989, p. 230).
A modernidade apresenta um eu lírico solitário, dissonante, que fala de maneira enigmática, obscura, com um sentido de mistério profundo, de uma certa “dramaticidade agressiva” (FRIEDRICH, 1978, p. 17). Esse aspecto dramático do poema traz à luz o ser, e a poesia “es la instauración del ser con la palavra” [...]; la poesía no toma el linguaje como un material ya existente, sino que la poesía misma hace posible el lenguaje.” (HEIDEGGER, 1978, p.137;140). Poesia, assim, Palavra dos deuses e Palavra dos homens.
Manuseando e proferindo a palavra polivalente, calí projeta as imagens que estão instauradas no “auditório social”, que o possui dentro de si (VOLOCHINOV, 2018). Nela, a voz poética “realiza operações que envolvem o infinito de sua imaginação ou o infinito da contingência experimentável, ou de ambos, com o infinito das possibilidades linguísticas da escrita” (CALVINO, 1999, p. 113). E, sendo assim, reverberam e nutrem todo um imaginário que não cessa nunca de projetar imagens em nossa tela interior” (CALVINO, 1999, p.99); a estranheza, a sugestão emotiva, o valor de uma “imaginação visiva, como via de acesso ao conhecimento dos significados profundos” (CALVINO, 1999, p. 102).
Em outono azul a sul, calí explora significantes arquetípicos como o mar, o tempo, além de mitos, como Orfeu, em sua construção de imagens e símbolos levam a ideia de que “O homem é um ser que criou a si mesmo ao criar a linguagem. Pela palavra, o homem é a constante produção de imagens e formas verbais rítmicas, é uma prova do caráter simbolizador da fala de sua natureza poética” (PAZ, 2012, p. 42). As imagens criadas pelos poetas e pelas poetisas estão indissociavelmente ligadas ao seu imaginário, são “protoimagens” intuídas e, de acordo com Bosi (2000), a imagem amada, e a temida, tende a perpetuar-se: vira ídolo ou tabu. E sua forma nos ronda “como doce ou pungente obsessão” (p. 20). Imagens perseguidas, imagens persecutórias na constituição dos processos imaginativos, poéticos, na lírica de calí engrendram seus arquétipos.
Calvino (1990) distingue dois processos imaginativos que fundamentam a criação poética: um que parte da palavra à imagem visiva; outro, que faz o caminho inverso, da imagem visiva à expressão verbal, ou seja, à palavra (CALVINO, 1990, p. 99). Em calí, a poesia opera com ambos os movimentos, pois, da palavra vemos brotar imagens e, em contrapartida, fotos publicadas em sua conta no Instagram, configurando aquilo que calí chamou de “prelongamento fotonarrativo”, neologismo que indica a filiação ou o tributo que o poema faz à imagem.
outono azul a sul e “uns poemas” [5]
Em outono a azul a sul, calí emprega uma linguagem original que constitui o seu estilo individual de escrever. Martins (2012) afirma que o estilo de um/a poeta reflete o seu mundo interior e suas vivências, que se materializam e ou servem de componentes para, mais tarde, trajar poemas. A assinatura do estilo de calí boreaz pode ser apreendida também no todo composicional do livro, a medida que a obra possui uma arquitetônica a partir da qual os poemas não significam sozinhos, mas que espraiam sentidos, em harmonia com os elementos que constituem os paratextos editoriais (GENETTE, 2009).
Tais aspectos do estilo da obra ficam ainda mais evidentes quando confrontados na relação entre forma literária e sua produção de sentido, uma vez que o artefato, a obra, como objeto estético, reverbera todos os valores axiológicos e culturais manifestados no “ato estético”. (BAKHTIN, 2014). outono azul a sul, como objeto-livro forma uma arquitetônica – em outras palavras, aquilo que resulta quando o material (verbal e/ou iconográfico) realiza um conteúdo e produz significação, uma vez que só nessa “arquitetônica” não importa somente “o que é dito”, mas “como se é dito”. No limite, portanto, como todo grande poema, outono azul a sul, além de agenciar um repertório de imagens, traduz-se como experiência com a linguagem, um trabalho sobre o tecido verbal, realizando o poema. (BAKHTIN, 2014, p. 35).
A poesia constitui um material verbal organizado de algum modo particular como forma, e essa organização, em alguma medida, se dá em função do seu leitor-interlocutor, pois, conforme os autores, [...] toda arte se resume nas experiências da pessoa contemplando ou da pessoa criando. (VOLÓCHINOV/BAKHTIN, 2015, p. 3). E é a partir dessas prerrogativas que tomamos outono azul a sul como exemplo de obra que põe em relevo o processo que envolve autor, obra e leitor, pois há o eulírico que produz oalgo para um alguém e é a partir dessa relação que uma obra se consolida socialmente, como um movimento que contempla, primeiramente, o interior do objeto em si, o objeto, enquanto um ato estético puro, compreendido enquanto forma arquitetônica que está, axiologicamente, voltada para o conteúdo. (BAKHTIN, 2014).
Assim, compreendemos a organização composicional de outono azul a sul como um todo valorativo que tenciona configurar, poeticamente, esse movimento, essa travessia poética que é experienciada por um eu lírico desterritorializado, à deriva, exilado. Pode-se observar a metaforização desse movimento nos títulos-seções que estruturam o livro:
Seções [6] | |
1ª | mote |
2ª | prólogo |
3ª | poemas caindo |
4ª | intervalo a norte |
5ª | o relento de dentro |
6ª | epílogo |
7ª | cenas da próxima estação |
Quadro 1 - Composição de outono azul a sul. Fonte: Os autores.
As divisões em que os poemas são dispostos na obra somam significação ao todo dos poemas, uma vez que, conforme endossa a autora, a obra configura o “roteiro poético” de sua travessia, de Portugal ao Brasil. Assim, um estudo preliminar dos poemas possibilitou reconhecer algumas imagens temáticas, como, por exemplo:
o mar / o atlântico
o exílio (desejado)
o espaço e a matéria-brasil
o outono
a saudade
a solidão
a melancolia
a metapoesia
a desterretorialização
o(s) não-lugar(es)
É nesse sentido, também, que se torna possível depreender a arquitetônica da obra, considerando-se que, como assevera Genette (2009, p. 70), os títulos das seções se configuram como temáticos, em consonância com os temas identificados uma que “tudo que, no conteúdo, não é o tema, ou um dos temas, está em relação empírica ou simbólica com ele ou com eles.”.
Explorando essas assertivas, destacamos a abertura do livro com a seção que traz como subtítulo “mote”. O recurso ao mote, originário da poesia na Idade Média, aqui, tem sua função de matriz de um poema (MOISÉS, 2013), operando como abertura da obra como um todo. Nessa primeira seção do livro, o poema intitulado “norte atlântico sul” apresenta e sintetiza o conteúdo do tema central da obra que é a travessia da poeta, do Norte (Portugal), atravessando o atlântico, ao Sul (Brasil).
Nesse sentido, o título do poema já sinaliza uma “função” de mote da obra, uma vez que, nesse poema, pode estar intrínseca uma função de introduzir o tema do livro, ao passo que, ao funcionar como mote, os demais poemas configurariam, poeticamente, as demais estrofes que desenvolvem a ideia poética apontada nos versos do poema-mote, sugerindo a leitura de outono azul a sul como um único poema. Observamos o poema mencionado [7]:
norte atlântico sul
da minha língua vê-se o mar
– Vergílio Ferreira
sou portuguesa. sou brasileira. converso com versos com o mar que mora entre o Rio de Janeiro e Lisboa, ambas cidades alaranjadas. de tanto olhar o mar, meus olhos se tornaram navios. atlanticismo: um estado atlântico. língua: atlanticofonia.
uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem
– Ferreira Gullar
vim ao mundo em novembro, a norte, sempre me soube outono. mas esse outono que vem do norte e cai de repente azul a sul. se descobre, em espanto, primavera também. e nesse vai e vem ainda estou juntando a folha e a (possível) flor. (BOREAZ, 2018, p. 9)
O poema em prosa divide-se em duas estrofes, intercaladas por duas citações que tomamos como pseudoepígrafes, operando com o recurso da intertextualidade. A escolha desses versos corrobora sentidos ao que foi desencadeado pelo título do poema, pois, na primeira, o verso de Vergílio Ferreira, escritor português, e, na terceira, Ferreira Gullar, poeta brasileiro, remetem, respectivamente a um a norte, outro a sul, separados e unidos, ao meio, pelo atlântico.
A seção seguinte, mas antes de adentrar, de fato, as outras seções que contemplam uma quantidade substancial de poemas, se apresenta como “prólogo”:
caiu uma folha no meu colo. caiu. quem assistisse diria que se espatifou. se machucou, eu sei. está ficando vermelha. aqui parada, sem linha de rumo. rumo: cada um dos intervalos compreendidos entre as trinta e duas divisões da rosa dos ventos. está ficando vermelha de um outono compri(mi)do. se eu a lançar ao ar, será que fica verde de novo. verde verde, como já foi um dia, acho difícil, adianto. mas deve haver uma outra cor de voo. azul. vou fazer essa folha virar azul. sem pintar, de dentro pra fora. vem, que no caminho te conto. (mas não contes com isso.)
A segunda seção aciona imagens de iniciação à obra e ao conjunto de poemas acerca do roteiro poético que é constituído. Nesta via de percepção, ao preceder ou introduzir uma obra, o prólogo apresenta o poema que se intitula uma folha caiu. Simbolicamente, o prólogo está introduzindo o início do outono que se desemboca ao longo do livro, ao sul, ao gerar a imagem das primeiras folhas que caem das árvores ao início desta estação de perdas, de partidas, de folhas caindo, de poemas caindo. E de poemas a cair, em decorrência da primeira folha que cai, a terceira seção da obra, se intitula “poemas / caindo”, que traz um registro do processo de criação, em forma de nota: “trilha sonora ao fundo: Kreutzer de Beethoven, alternando com uma ranchera desconhecida, também ao violino, entre a primeira e a última cor do crepúsculo.” (CALÍ, 2018, p. 12).
Aqui se faz outono a sul, o livro de calí boreaz. Os poemas caindo configuram e geram sentidos de um outono poético que é simbolizado na obra. Atrelado à afirmativa da poeta de que a obra se constitui enquanto um roteiro poético, são dadas ao leitor informações com detalhes de construção do livro.
Na sequência abertura da seção, há um poema intitulado “dedicatória”:
vai ficando tarde
tardo. estou abotoando
minha coragem
mudei de casa, de estação
mas de saudade não, não mudei
bem tentei, nos classificados nos bondes
mas teu olho esquerdo é tão
diferente do teu olho direito
ninguém mais desobediente
do que o confuso de peito
está ficando tarde. ok.
tenta apreciar o manuseio de horizontes
o plantio de um novo planeta
ainda intermitente
antes, te dedico a leve chuva
que rodeia os templos
Partindo-se de Genette (2009, p. 122), as dedicatórias em obras literárias podem ser lidas como objeto autônomos, ou seja, significam por si, antes de constituir sentidos ao todo da obra. Em outono azul a sul, a dedicatória-poema é destinada ao leitor, como se nota no conselho metafórico: “tenta apreciar o manuseio de horizontes/ [...] te dedico a leve chuva que rodeia os templos”. (CALÍ, 2018, p. 13). É possível perceber, ainda, o desenrolar do que foi apresentado no/como “mote”, posto que no outono efetivamente começa a travessia enveredada a sul.
Nota-se, nos três primeiros versos a imagem do eu lírico que se prepara para uma partida. Sentindo que é tarde para estar onde está, precisa abotoar a coragem à mala, para que se faça a mudança. Ainda assim, o eu lírico revela sentir saudade, a mesma saudade que sentira antes da mudança.
Em nossa leitura, esse poema assimila-se à trajetória da persona lírica constituída por calí boreaz, pois, ao enveredar-se para o sul do mundo projetado, precisou de coragem para mudar de casa; entretanto, ainda assim, deixa entrever certo saudosismo pelo seu país, a norte. Corroborando essas acepções, o livro apresenta uma sequência de imagens que amplificam os sentidos dos poemas:
Imagem 1 (EDGAR DUVIVIER) – a travessia. Fonte: BOREAZ, 2018, p. 54-55.
Imagem 2 (EDGAR DUVIVIER) – mulher ao mar. Fonte: BOREAZ, 2018, p. 60-61.
As imagens 1 e 2 compõem o roteiro poético em que se constitui o livro como um todo. Na primeira, a imagem da travessia, de maneira mais geral, o barco em alto mar, avistando um possível destino a sul; na segunda, um perfil feminino ao mar, entre o movimento das ondas, andando em direção contrária a do barco, da imagem anterior. Sujeito contra a maré. A poeta contra a maré, atestando a condição da poesia, em seu caráter de revelar este mundo e, mais e acima disso, criar um outro (PAZ, 2012).
No desenrolar dessa travessia outonal que se faz a sul, o livro apresenta a última seção que se intitula “epílogo”, que antecede o poema “o passeio”:
passeio:
passou enquanto eu passava.
tudo passa, mesmo que não dê um passo
fica pacificado
é isto: ex-isto.
Seguindo a arquitetônica poética da obra, a última seção, ao intitular-se “epílogo”, se configura conclusão do livro, uma vez que, conforme tratou Moisés (2013), os epílogos têm a função de encerrar uma determinada obra. Ainda ao tratar de tal elemento, o autor explica que é originário do Teatro grego-latino, consistindo em uma fala breve com que o ator se despede do público.
Aqui, em outono azul a sul, ao adentrar a seção “epílogo”, o leitor tem disposto o poema “o passeio”, que desempenha o papel de encerrar a travessia que configurou a leitura do livro e, desse modo, o passeio simboliza o trajeto percorrido pela leitura dos poemas que compõem este roteiro poético.
Como todo caminho anseia estrada adiante, outono azul a sul não se encerra, se tomado de maneira simbólica, pois, após o “epílogo”, há ainda uma seção final que se intitula “cenas / da próxima / estação”. Nessa seção, ao apresentar apenas um poema “toda varanda quer ser um navio”, tem-se a imagem de algo que é desejante e que se espera de um devir-ventura. Aqui, o outono, lançado como navio em alto mar, se abre à espera de cenas de uma próxima estação... livro.
Algumas considerações
A apresentação lançada neste trabalho sobre outono azul a sul, tencionou ser ponte a ancorar em outras estações possíveis dos que vierem lê-lo, em sua arquitetônica poética. Nela, a poeta portuguesa, calí boreaz, reflete imagens simbólicas e efeitos de sentidos convocados aos recursos estilístico-editoriais do livro.
A partir de tais recursos, em dimensão textual e paratextual, observa-se o todo composicional que dá o tom do que calí chamou de “roteiro poético” de seu exílio desejado. A figura do eu lírico em travessia, que parte do norte, rumo ao sul, em busca da licença poética que precisa a poesia que nasceu a norte, comparece a persona lírica constituída por calí boreaz.
Referências bibliográficas
BAKHTIN, M. O problema do Conteúdo, do Material e da Forma na Criação Literária. In:_____. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Trad. Aurora Fornoni Bernardini [et al]. 7.ed. São Paulo: Hucitec, 2014, p. 13-70.
BOREAZ, C. outono azul a sul. 1. ed. Bragança Paulista – SP: Urutau, 2018.
BOSI, A. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Companhia das letras, 2000.
CALVINO, Í. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. São Paulo: Companhia das Letras,1990.
DELEUZE, Gilles. Foucault. Trad. Claudia Sant’Anna Martins. São Paulo: Brasiliense, 1988.
FRIEDRICH, H. A estrutura da lírica moderna: da metade do século XIX a meados do século XX. Trad. Marise M. Curioni; Dora F. da Silva. São Paulo; Duas Cidades, 1978.
GENETTE, G. Paratextos editoriais. Trad. Álvaro Falerios. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2009.
HEIDEGGER, M. Arte y poesía. México: Fondo de Cultura Económica, 1978.
MANEA, Norman. O regresso do hooligan. Trad. Carolina Martins Ferreira. Portugal: Ed. ASA, 2010.
MARTINS, N. S. Introdução à estilística: a expressividade na língua portuguesa. 4. ed. rev. 2. reimpr. São Paulo: Edusp, 2012.
MOISÉS, M. A criação literária: poesia. 11. ed. São Paulo: Cultrix, 1989.
______. Dicionário de termos literários. 12. ed. rev. ampl. e atual. São Paulo: Cultrix, 2013.
PAZ, O. O arco e a lira. Trad. Ari Roitman; Paulina Wacht. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
VOLÓCHINOV, V. N./ BAKHTIN, M. Discurso na vida e discurso na arte: (sobre poética sociológica). Tradução de Carlos Alberto Faraco e Cristóvão Tezza [para fins didáticos].[1926] 2015. Versão da língua inglesa de I. R. Titunik a partir do original russo.
VOLÓCHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. Trad. Shiela Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Editora 34, 2018.
ZAMFIR, Mihai. Lisboa para sempre. Trad. Carolina Martins Ferreira. Brasília – DF: Thesaurus, 2012.
[1] Este texto foi produzido a partir da fala realizada durante a I Jornada de Estudos Literários da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) que aconteceu em maio de 2019.
[2] Seu nome e o título da obra trazem a grafia em minúsculas, pois, conforme consta em nota, no verso da folha de rosto, de outono azul a sul: “calí traz em sua poética um uso particular de sinais gráficos, pontuação, espaçamentos, neologismos, com uma preferência por minúsculas em alguns nomes próprios, assim como não marca estrangeirismos com itálicos. Ressaltamos que foram escolhas conscientes, embasadas em sua proposta: seu próprio estilo.” (Nota do editor).
[3] Excetuando-se a data de nascimento, esses são os dados que a poeta divulga em sua autobiografia, publicada em seu site (www.caliboreaz.com).
[4] Esta primeira edição do livro foi publicada em Portugal, Galiza e Brasil.
[5] Expressão utilizada pela poeta para apresentar, em seu site, poemas publicados em revistas, aos leitores.
[6] Não trataremos nas seções seguintes deste trabalho de todas as seções da obra, uma vez que este artigo se configura uma apresentação obra poética de calí boreaz, daí a necessidade de recorte.
[7] Não aventamos uma análise substancial dos poemas, mas uma breve apresentação desses e sua relação com a arquitetônica do livro.