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[ Breve apreciação da força de Back in the USSR ]

BACK IN THE USSR, de Fábio Fernandes, é um "thriller surrealista". A própria narrativa traz essa indicação na capa. Como sabemos, thriller é uma narrativa de suspense. E espera-se do suspense uma narrativa dinâmica marcada por enigma(s) significativo(s) no curso dos acontecimentos narrados. A meu ver esta é mesmo uma boa chave para a leitura de BACK IN THE USSR.
Duas linhas narrativas se interpenetram: a que envolve uma poderosa Empresa, detentora exclusiva de uma tecnologia de ressuscitação de mortos, e a nova vida de Lennon ressuscitado.
Lennon, aquele mesmo dos Beatles, é um objeto essencial para os interesses dessa megacorporação (que desde 1815 é responsável por decidir os rumos da história mundial) e também o é para um grupo rebelde que deseja quebrar seu monopólio. Transições espaço-temporais aparentemente incongruentes enfatizam o quanto “tudo está ligado a tudo”, bem ao gosto dos surrealistas. É assim que ficção e história se interpenetram numa trama desconcertante em torno de objetos absurdamente enigmáticos como a Máquina-F.
Quando uma invenção (como a Máquina-F) altera o resultado da história que conhecemos, creio que podemos ter uma boa perspectiva de como o processo histórico é uma construção e que, como tal, nada está definido definitivamente. 
Para quem deseja transformações históricas significativas na sociedade, não é apenas a força de uma máquina que é ressaltado em narrativas como essa de Fábio Fernandes, mas sim o potencial de uma nova cadeia de eventos, dando provas de que nihil consummatum est (Nada está acabado). 
Pois então: a luta continua, como o pode demonstrar BACK IN THE USSR.




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