A Relicário Edições e o Instituto Cervantes convidam para o lançamento dos livros "Árvore de Diana" e "Os trabalhos e as noites", de Alejandra Pizarnik.
Na ocasião, será exibido o documentário "Alejandra", dos cineastas argentinos Virna Molina e Ernesto Adito (Argentina, 2013, 102', legendas em port.) seguido de bate-papo entre a escritora Laura Erber o tradutor dos livros Davis Diniz.
Data: 7 de agosto (terça-feira)
Horário: 18h
Local: Instituto Cervantes Rio de Janeiro (Rua Visconde de Ouro Preto, 62, Botafogo)
Sobre o documentário: “Com uma linguagem íntima e sensorial, o filme narra a vida da poeta argentina Alejandra Pizarnik, dos principais conflitos que deixaram uma marca profunda em sua obra e o contexto da ruptura vanguardista dos anos 60 e 70. Seus diários pessoais, suas cartas, seus poemas, a história de seus amigos e familiares são as ferramenta que lançam pistas sobre seu destino. Hoje, após sua morte e depois de ser censurada pela ditadura, foi redescoberta pelas novas gerações e é a poeta mais lida em sua língua."
Sobre o livro "Os trabalhos e as noites": “Promovendo uma inversão no título clássico de Hesíodo, Os trabalhos e os dias, poema épico composto entre o final do século VIII e o começo do século VII a.c., Proust publicou, em 1896, Os prazeres e os dias, uma reunião de contos e poemas de juventude. Outra é a inversão operada no belo título deste livro de Alejandra Pizarnik, Os trabalhos e as noites. É possível que não haja melhor título para um livro de poemas de Pizarnik, ou, talvez, para qualquer livro de poemas. Como indica o verso de Emily Dickinson, “Good morning, Midnight!”, o poeta é trabalhador da noite; seu labor é noturno, prefere o silêncio e a sombra. Noite, silêncio, sombra são palavras-chave no vocabulário da poesia de Pizarnik. Trata-se, aliás, de um vocabulário bastante restrito; os poemas de Pizarnik giram em torno de um catálogo limitado de palavras e imagens: pássaro, cinza, pedra, noite, alba, infância, vento, chuva, sombra, silêncio, lilás… A partir de uma série reduzidíssima de elementos, Pizarnik compõe, como num jogo combinatório, seus poemas quase sempre muito breves, extremamente depurados, de uma terrível limpidez.” Trecho da apresentação de Ana Martins Marques
Sobre o livro "Árvore de Diana": "Publicado em 1962, este quarto livro de Alejandra Pizarnik constitui uma espécie de salto inaugural, já que traz a marca do que será seu estilo dali em diante. Entre 1960 e 64, a autora passou uma temporada em Paris e esses poemas explicitam alguns dos diálogos que ela estabelece na altura, por exemplo com Octavio Paz, que escreve o prefácio do livro, ou Julio Cortázar, que tem um poema dedicado a si. Também ficam evidentes, neste livro, seu interesse pelas artes plásticas e determinados procedimentos estilísticos e temáticos, vários deles herdados do surrealismo francês, que será uma referência constante para ela, tanto em textos críticos e traduções, quanto nos poemas, com menções mais ou menos diretas." Trecho da apresentação de Marília Garcia
Sobre a autora: Alejandra Pizarnik nasceu no dia 26 de abril de 1936, em Avellaneda, cidade da região metropolitana de Buenos Aires. Flora Pizarnik era seu nome de batismo, e seus pais eram imigrantes russos judeus que chegaram à Argentina três anos antes de seu nascimento. Seu primeiro livro de poemas, La tierra más ajena, foi publicado em 1955 e assinado como Flora Alejandra Pizarnik. Em seguida vieram La última inocencia, de 1956, e Las aventuras perdidas, de 1958. Estudou filosofia, letras e jornalismo, porém sem concluir os estudos universitários. Em 1960, mudou-se para Paris, onde viveu durante quatro anos e travou amizades com os escritores Julio Cortázar e Octavio Paz, tendo este último escrito o prólogo de seu livro seguinte, Árbol de Diana, de 1962. Em 1965, após seu retorno à Argentina, publica Los trabajos y las noches. Seus livros seguintes são Extracción de la Piedra de Locura, de 1968, e El Infierno Musical, de 1971. Em 1972, aos 36 anos, Pizarnik morre após ingerir uma quantidade letal de barbitúricos, deixando escrito na lousa de seu apartamento: “Não quero ir/ nada mais/ que até o fundo.”
Sobre o documentário: “Com uma linguagem íntima e sensorial, o filme narra a vida da poeta argentina Alejandra Pizarnik, dos principais conflitos que deixaram uma marca profunda em sua obra e o contexto da ruptura vanguardista dos anos 60 e 70. Seus diários pessoais, suas cartas, seus poemas, a história de seus amigos e familiares são as ferramenta que lançam pistas sobre seu destino. Hoje, após sua morte e depois de ser censurada pela ditadura, foi redescoberta pelas novas gerações e é a poeta mais lida em sua língua."
Sobre o livro "Os trabalhos e as noites": “Promovendo uma inversão no título clássico de Hesíodo, Os trabalhos e os dias, poema épico composto entre o final do século VIII e o começo do século VII a.c., Proust publicou, em 1896, Os prazeres e os dias, uma reunião de contos e poemas de juventude. Outra é a inversão operada no belo título deste livro de Alejandra Pizarnik, Os trabalhos e as noites. É possível que não haja melhor título para um livro de poemas de Pizarnik, ou, talvez, para qualquer livro de poemas. Como indica o verso de Emily Dickinson, “Good morning, Midnight!”, o poeta é trabalhador da noite; seu labor é noturno, prefere o silêncio e a sombra. Noite, silêncio, sombra são palavras-chave no vocabulário da poesia de Pizarnik. Trata-se, aliás, de um vocabulário bastante restrito; os poemas de Pizarnik giram em torno de um catálogo limitado de palavras e imagens: pássaro, cinza, pedra, noite, alba, infância, vento, chuva, sombra, silêncio, lilás… A partir de uma série reduzidíssima de elementos, Pizarnik compõe, como num jogo combinatório, seus poemas quase sempre muito breves, extremamente depurados, de uma terrível limpidez.” Trecho da apresentação de Ana Martins Marques
Sobre o livro "Árvore de Diana": "Publicado em 1962, este quarto livro de Alejandra Pizarnik constitui uma espécie de salto inaugural, já que traz a marca do que será seu estilo dali em diante. Entre 1960 e 64, a autora passou uma temporada em Paris e esses poemas explicitam alguns dos diálogos que ela estabelece na altura, por exemplo com Octavio Paz, que escreve o prefácio do livro, ou Julio Cortázar, que tem um poema dedicado a si. Também ficam evidentes, neste livro, seu interesse pelas artes plásticas e determinados procedimentos estilísticos e temáticos, vários deles herdados do surrealismo francês, que será uma referência constante para ela, tanto em textos críticos e traduções, quanto nos poemas, com menções mais ou menos diretas." Trecho da apresentação de Marília Garcia
Sobre a autora: Alejandra Pizarnik nasceu no dia 26 de abril de 1936, em Avellaneda, cidade da região metropolitana de Buenos Aires. Flora Pizarnik era seu nome de batismo, e seus pais eram imigrantes russos judeus que chegaram à Argentina três anos antes de seu nascimento. Seu primeiro livro de poemas, La tierra más ajena, foi publicado em 1955 e assinado como Flora Alejandra Pizarnik. Em seguida vieram La última inocencia, de 1956, e Las aventuras perdidas, de 1958. Estudou filosofia, letras e jornalismo, porém sem concluir os estudos universitários. Em 1960, mudou-se para Paris, onde viveu durante quatro anos e travou amizades com os escritores Julio Cortázar e Octavio Paz, tendo este último escrito o prólogo de seu livro seguinte, Árbol de Diana, de 1962. Em 1965, após seu retorno à Argentina, publica Los trabajos y las noches. Seus livros seguintes são Extracción de la Piedra de Locura, de 1968, e El Infierno Musical, de 1971. Em 1972, aos 36 anos, Pizarnik morre após ingerir uma quantidade letal de barbitúricos, deixando escrito na lousa de seu apartamento: “Não quero ir/ nada mais/ que até o fundo.”