Tris: (sub. masc.) Onomatopéia com que se exprime o estalido de vidro.
O poeta cearense Ylo Barroso Fraga, radicado em Brasília há 4 anos, traz ao Café Senhoritas o seu Tris, livro de poemas que está em sua segunda edição.
Segundo a máxima de Guimarães Rosa, “Ave, palavra”, Ylo leva o leitor por um caminho original e inusitado, com poemas de ‘tom infinitesimal’, em que alça vôos rumo a um estilo particular.
É isto que o poeta promete ao público leitor: entre onomatopeias e sinestesias, matéria e espírito, tradição e contemporaneidade, há lugar para palavras antigas e em desuso (como a que dá título à obra), palavras criadas e desconhecidas, palavras belas, mas o que é o feio? Aqui, as palavras são seres e brilham aos ‘olhos totais’ do leitor. Ave, palavra.
Críticas:
“Um poeta que se rende à ordem confusa e liberta do mundo. Que sabe que existe um lugar: morada dos olhos totais.”
Carlos Emílio Corrêa Lima, escritor e crítico literário (Prefácio).
A poesia de Ylo Barroso Fraga leva à conclusão de que ele é um poeta maduro e que esse não é seu primeiro livro. Ele trafega pelos labirintos da criação poética com tal desenvoltura que se coloca entre os melhores versejadores desta terra de ‘Iracema’ (...) que tudo se nos apresente com a vestimenta confeccionada por Ylo Barroso, que consegue tecer as mais belas imagens para os seres mais simples.
Batista de Lima, escritor, professor e crítico literário (Por um tris. Diário do Nordeste)
O termo ‘tris’, enquanto interjeição onomatopaica, sugere o ruído de uma coisa que se parte, assim como um vidro. A leitura do primeiro poema desse livro, sob o título “O palpável paradoxo” – aliás, um achado de sinestesia -, aponta-nos, de maneira incisiva, a natureza de tal ‘tris’: este seria a materialização do invisível, que nos permitiria ‘ver as coisas mais que todos os sentidos: / -quanto mais próximo, mais belo!’ Desse modo, por um triz somos tomados por sugestões, convertemo-nos em pura sensação, habitantes, pois, de “um lar imaterial,/ feito de sons assim, como o do vôo/ e do longínquo olhar/ de asas silentes...
Carlos Augusto Viana, professor, poeta e crítico literário (No rastro de uma escritura. Diário do Nordeste)
Serviço
Café Senhoritas, 408 Norte
A partir de 19h
Além do livro, o autor redigirá um poema inédito em livro, de punho próprio, para cada comprador.