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o vampiro inVariáVel [de alexandre guarnieri]

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Conheçam o folhetim vampiresco
{ o vampiro inVariáVel },
publicado em 10 partes
[ de out/2012 a jan/2013 ]
na revista eletrônica,
parceira da Mallarmargens,
Desmandamentos...




PARTE 1.
//o horizonte o desonra a cada nascer do sol, cada ocaso lhe oferece o trono, entretanto cronometrado: apenas a noite como habitat, e nada mais/ o corpo morto revelado: elevado à vida de um limbo nebuloso/ a oferta eterna do retorno/ o eterno retorno/ pálido seu rosto porque decomposto/ a face inconsútil do cadáver, o término da epiderme, o véu da pele// observa a curva do pescoço, seguida da outra, a do ombro, redonda, se alongando sob a larga gola desengonçada e folgada/ a vontade é desnudá-la da blusa, anular as luvas, usá-la nua [leia a parte completa aqui]




PARTE 2.
// {uma pressão sutil emerge das têmporas} a geometria ímpia do prostíbulo o alucina {circundando o crânio por sua curvatura externa} a limpa fila de futuros cadáveres de meninas/ lindas/ o jogo de espelhos a multiplica, a fila/ {acima dos ouvidos atinge a testa, a fronte, se alastra pelo topo da cabeça} uma luz vermelha faz relembrá-lo sua sede sem termos, [leia a parte completa aqui]




PARTE 3.
//... e há um poema, ele lembra... era um poeta do novíssimo século, dentre suas vítimas, o vampiro usurpa poemas e os publica com pseudônimos romenos, ele lembra do homem cujo nome Mauro Gama ainda o acompanha (por onde andará ele?) e o poema* dizia, ele lembra: "abre/ retira as trancas/ as réstias de alho ou de luz/ os olhos/ a cruz/ e abre/ abre-te toda a mim e ao mundo da noite/ [leia a parte completa aqui]




PARTE 4.
// seu sono é sem sonhos/ porque faz com que outros sonhem sem controle seus longos capítulos oníricos/ isso quando a insônia não o absorve por inteiro - sua neurose enorme -/ mesmo sem retirá-lo dali, de sua zona de sombra/ monstro mergulhado na dúvida de sua própria maldição ("estou vivo ou morto? imortal ou invisível? bom ou mal?")// seu sono é sem sol/ [leia a parte completa aqui]




PARTE 5.
// apto pelo olfato lupino (ou pelo faro irrefreado)/ ele sente o aroma arruinado por um dia inteiro de tráfego impregnado ao asfalto/ as camadas da borracha ininterruptamente raspadas pelo automobilismo diário, banalizado em ruas imundas/ o hálito, azedo,  entre vômito e perfumes refutados sob a orquestra repleta da noite metropolitana/ que se abre sobre mosaicos desenhados por janelas abertas, ainda acesas, nas faces dos prédios/ por dentro, são como gaiolas onde os vivos convivem, espremidos, entre paredes quentes/ é sempre trágica a cidade/ [leia a parte completa aqui]




PARTE 6.
// o vampiro cogita: acaso houvesse conquistado o império britânico, ou ainda, reconstruído a biblioteca de alexandria, atraindo para si a fama do maior historiador do planeta, mas de serviria a grandeza, se inevitavelmente, se cansaria dela, como já se cansou de tudo e de tantos// por hora, se quer apenas refugiado n'algum canto esquecido desta metrópole impessoal// vez por outra escreve, quando não os rouba, outros arroubos poéticos, escritos de própria autoria, [leia a parte completa aqui]




PARTE 7.
// cristãos o temem, se aterrorizam com ele/ vacinam-se com alho, água benta, íntimos crucifixos de família/ no entanto padres, na missa, consomem o sangue de seus santos em cálices, com requinte, segurando-os pelas hastes de prata clara/ bebem ao nome do cristo ressurgido, seu sangue, ânima, lágrima, sêmen, suor, água da vida infinda, divina// o vampiro toma sangue pagão, direto do pescoço à garganta, com a regularidade com que um sumo-sacerdote do insaciável regeria um rito literal, monge negro recitando sua centena de preces execráveis/ [leia a parte completa aqui]




PARTE 8.
// tristes suas manhãs porque inexistem calores solares entre as paredes de seu denso sono tenebroso/ uma masmorra lunar o embrulha com muros; com o verão pelo avesso, um dia de candelabros acesos/ fachos esparsos o acham/ fazem rachar uma sombra que lhe nubla o ombro, largas as omoplatas como as de um núbio, quase asas/ às vezes, toma atalhos acima dos bairros menos abastados à bizarria dos subúrbios/ seus braços são rápidos/ quando abraçam as distâncias acima dos telhados quebradiços eriçam/ formam ângulos elásticos, irregulares como os de uma gangorra amorfa e criam ilusões de ótica/ criam sombras delgadas, mas alongadas, grotescas como as de uma gárgula debruçada à borda agulhada d'alguma das mais gloriosas catedrais góticas// [leia a parte completa aqui]




PARTE 9.
// o vampiro viu tantos fins do mundo quanto couberam nas mais egoísticas expectativas banais ("os fins, mesmo, justificam os meios?") para satisfazer esse ou aquele grupo minoritário de afortunados monetários cujos subordinados é que se deveriam apoderar de seus poderosos, que fosse para matá-los com gosto, mas para venerá-los? muitas vezes o vampiro viu isto, noutras viu aquilo/ [submissão versus revolta]/ [alienação versus conscientização]/ "quem cria as verdades que impedem tantos humanos de serem livres, e tantos são esses líderes, não são tão diferentes de mim”, ele pensa, [leia a parte completa aqui]




PARTE 10.
// subitamente o sol forçou a entrada/ era negro o dia e frio/ e denso de nuvens rubras anunciando uma chuva inevitável/ subitamente um susto abrupto/ rápido o sobressalto/ um átimo fez explodir uma granada de luzes/ o sol forçou entrada/ destruiu todas as barricadas {da alma?}/ com sua luz que soava a trombetas de anjos desajustados/ a estrondos das mais sujas guerras já extintas/ ao mesmo tempo violento e delicado {{{{o sol}}}} e os raios deste astro-rei rompendo a cela/ o ouro revertendo a treva/ expulsando a sombra/ o sol derreteria facilmente essas asas {de cera? de morcego?} [leia a última parte aqui]



nas fotos: Marylin Manson; na última com Lindsay Usich;

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