" SÃO PAULO - Um universitário foi morto após ser atingido por quatro tiros dados pelo pai, que em seguida se suicidou, em Goiânia, na terça-feira, 15. O estudante de Matemática da Universidade Federal de Goiás (UFG), Guilherme Silva Neto, de 20 anos, queria acompanhar uma reintegração de posse que seria cumprida na UFG, tomada por estudantes, mas foi proibido pelo pai, o engenheiro Alexandre José da Silva Neto, de 60 anos.
O engenheiro discordava do envolvimento do filho em movimentos sociais. A mãe do jovem, Rosália de Moura Rosa Silva, fez carreira na Delegacia da Mulher. Conforme relatos dados por ela e por outras testemunhas à Polícia Civil, o autor do crime “não concordava com o comportamento do filho, que se vestia de forma alternativa, com coturnos, calça jeans com as barras para dentro, jaquetas jeans, colares, cabelo e barba grandes”. Alexandre não aceitava “o estilo revolucionário do qual (o filho) era integrante, participando de movimentos estudantis e de manifestações contrárias às medidas governamentais, como as invasões de colégios e prédios públicos”.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo
acordou naquele ponto reduzido do cosmo
como estrela fixa na esfera celeste
bebeu o café sem bom dia junto ao padre
nessa cadeira gangorra de firmamento
os impulsos cediam nas extremidades
do mesmo eixo imaginário que pisavam
o sol iluminava semelhante os lados
aposta firme no sentido que rodavam
orbitavam a mesa em que serviram
overdose de ofensa e negações
calça jeans com barras para dentro
um incômodo do outro até o silêncio
discordavam que embaçava a visão
as manchetes alarmistas no balcão
desfilando elegantes togas na tv
um passado que pedia pra morrer
a masculina e branca voz do padre
proferia que matar é preferido
traição, vingança, chantagens e vícios
transformaram a tragédia em homicídio
jogaram na moeda o proibir ou protestar
a doutrina afirmando ser o único som
estava armada como bomba a explosão
e o supremata foi a rua de arma na mão
ele sismo rumou ao movimento
emboscado foi por tiros no caminho
do mesmo padre que ofegante se deitou
no corpo morto do filho ainda quente
celebrou à república o suicídio
entra bala sai à boca o desespero
foi filmada por vizinhos a matança
exibiram como snuff no jornal do janta
como estrela fixa na esfera celeste
bebeu o café sem bom dia junto ao padre
nessa cadeira gangorra de firmamento
os impulsos cediam nas extremidades
do mesmo eixo imaginário que pisavam
o sol iluminava semelhante os lados
aposta firme no sentido que rodavam
orbitavam a mesa em que serviram
overdose de ofensa e negações
calça jeans com barras para dentro
um incômodo do outro até o silêncio
discordavam que embaçava a visão
as manchetes alarmistas no balcão
desfilando elegantes togas na tv
um passado que pedia pra morrer
a masculina e branca voz do padre
proferia que matar é preferido
traição, vingança, chantagens e vícios
transformaram a tragédia em homicídio
jogaram na moeda o proibir ou protestar
a doutrina afirmando ser o único som
estava armada como bomba a explosão
e o supremata foi a rua de arma na mão
ele sismo rumou ao movimento
emboscado foi por tiros no caminho
do mesmo padre que ofegante se deitou
no corpo morto do filho ainda quente
celebrou à república o suicídio
entra bala sai à boca o desespero
foi filmada por vizinhos a matança
exibiram como snuff no jornal do janta
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na crueza que fuzila por causa de versos
o ditador desletrado em euforia celebra
não há execução que não seja uma festa
o poeta padeceu a ser confete de tragédias
rima o sangue em letras garrafais
musicado pelo coração que cala
uma sirene toca o hino de louvor
só os mortos não aplaudem o orador
mafiosos em acentos privilegiados
secam fontes irrigando seus trocados
gritam alto e mais a cada leilão
como bons comerciantes de balcão
leva o gringo que der mais
foto na capa e destaque nos jornais
felizes em pautar bombas, crises e crimes
sob o aplauso dos que se eximem
a américa cafetina geopolítica
demitiu a nanny russa islamita
por no passeio pelas ruas de moscou
decepar a cabeça da chiquita
surfista armilar cropando a lama
do tsunami no mar que é morro
brilhantes partículas minerais
cobriram os peixes num jorro
o ditador desletrado em euforia celebra
não há execução que não seja uma festa
o poeta padeceu a ser confete de tragédias
rima o sangue em letras garrafais
musicado pelo coração que cala
uma sirene toca o hino de louvor
só os mortos não aplaudem o orador
mafiosos em acentos privilegiados
secam fontes irrigando seus trocados
gritam alto e mais a cada leilão
como bons comerciantes de balcão
leva o gringo que der mais
foto na capa e destaque nos jornais
felizes em pautar bombas, crises e crimes
sob o aplauso dos que se eximem
a américa cafetina geopolítica
demitiu a nanny russa islamita
por no passeio pelas ruas de moscou
decepar a cabeça da chiquita
surfista armilar cropando a lama
do tsunami no mar que é morro
brilhantes partículas minerais
cobriram os peixes num jorro
(sobre 5 ou 6 fatos extra-ordinários)
Ana Moravi é cineasta, compositora e cantora, uma das fundadoras da banda Madame Rose Selavy, vive em Belo Horizonte-MG