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Eu, João, Madalena e as galinhas escuras - Marcos Samuel Costa

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Ilustração: Heather/ deviantART



Por trás destes panos de luxo,
habita um homem vazio, de luz pouca,
traria agora um espelho
             face-a-face, outrora uma
fo
   to
       gra
             fia        do teu movi
                                             -mento
           visceral interno
colmeia de verme, amontoado
de conchas quebradas,
anil, florescentes pecado,
acalmo os cães João,
Madalena criará apenas galinhas
nesta tarde, amanhã sem memoria
esquecera-te, então somente a mim
terás.


II

Ode de chuva, imaculado,
ódio, dedos nus, João,
madrugada na asa da galinha,
escurecido no peito desta pobre,
trago-a a refeição, alimento de

                  madrugada
                                   e escuridão
morrerás antes de achar a vida,
ô Madalena deixa este homem,
seja teu, tanto quanto meu
           de ninguém
Madalena das galinhas escuras


III

A lenda das aves cansadas de voo,
atravessaram o espelho
da fruta, estão aqui,
           reais
imortais como nós,
isso te deixa feliz?

Lenda que envolve somas,
lamento, o casamento acabou neste
      antes
como a palavra dói,
deixa eu deitar em ti a última vez?




Marcos Samuel Costaé natural de Ponta de Pedras, Arquipélago de Marajó, Amazônia brasileira. Atualmente cursa Serviço Social (FMN), e mora em Belém do Pará. Vive perdido no caos da cidade grande e entre livros de poesia. Autor dos livros: Pés no chão e sonhos no ar (edição do autor, 2012), Convites para amar (editora Literacidade, 2013), Sentimentos de um século 21 (Multifoco Editora, 2014), e Titulado amor (editora Literacidade, 2014), e um em co-autoria com dois amigos: Interpoética (Big Times editora 2015), Uma semana de poesia (Editora Penalux). Participou de mais de 20 antologias literá­rias, entre elas I & II Anuário da Poesia Paraense

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