instalação
não importa
quero aberta a janela
perigo não há
já me assaltaram tantos sonhos
leve tudo
deixe apenas a luz do sol
grudada na parede
grafitando
o nome das horas
*
ostra
agora pérola
à mostra
*
o desejo desenha
cascas de laranja
são serpentes
são serpentes
sobre a mesa
*
o chá da xícara de mergulhos acabou
as paredes nuas nos denunciam
nossos olhos não têm mais para onde fugir
me refugio, então, em tuas pupilas
até que um varrer de cílios
recomponha o instante
Jane Sprenger Bodnar nasceu em Curitiba. Formou-se em Comunicação Visual, pela UFPR. Publicações em antologias poéticas, jornais e revistas literárias, tais como: Jornal Nicolau (PR), Jornal A Notícia (SC), Mulheres Emergentes (MG), Revista Textuale (Itália); no ciberespaço, Revista Germina e os sites Cronopinhos e Escritoras Suicidas. Co-autora do objeto-poético Homeopoética (Casulo Provisório Edições). Em 2003, publicou Luísa Cuidadora de Planetas (edição de autor). Integra Dedo de Moça – Uma Antologia das Escritoras Suicidas (Terracota Editora, SP, 2009) e os dois volumes de Hiperconexões: Realidade Expandida (Terracota Editora, SP, 2013 e 2014). Orienta oficinas literárias para o público infantojuvenil.