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ESPERA
Sigo el camino de las hojas y aún no encuentro otro árbol que me refugie en su sombra.
El sol es ahora un abismo que salva los gestos y condena la palabra.
Ser muda es lo único que me mantiene en la sequía del verano.
Estar a la espera se ha convertido en la humedad de mis raíces…
Soy árbol y busco árbol. Quiero agua pero encuentro lagos secos que también esconden su sed.
Sólo puedo extender mis ramas, recibir la fuerza del viento y darme cuenta que no es fácil estar viva con el peso de estas cenizas que me habitan.
ESPERA
Sigo o caminho das folhas e ainda assim não encontro outra árvore que me refugie em sua sombra.
O sol é agora um abismo que salva os gestos e condena a palavra.
Ser muda é a única coisa que me ampara na seca do verão.
Estar à espera se converteu na umidade de minhas raízes…
Sou árvore e busco árvore. Quero água, mas encontro lagos secos que também escondem sua sede.
Só posso estender meus ramos, receber a força do vento e dar-me conta de que não é fácil estar viva com o peso destas cinzas que me habitam.
***
INICIO
Ya volverán otros ojos
Y los espejos no se enfrentarán con la oscura mirada
Del recuerdo.
Sólo hay que esperar que se cierren bien las puertas
Para salir por detrás,
Sin mirar a ningún lado,
Y desde entonces pertenecer a otros mundos.
La distancia no siempre conduce al olvido,
Riñe con fuerza, acerca más a la risa.
Emprender el camino que no conocemos,
Tirar las piedras al estanque,
Recorrer el pasto afilado,
Cultivar un nuevo desierto,
Representa crear otro ciclo
Que en el pasado
Será como el primer intento.
INÍCIO
Já virão outros olhos
E os espelhos não enfrentarão a mirada escura
Da lembrança.
Só tens que esperar que se fechem bem as portas
Para sair por trás,
Sem olhar para os lados,
E, a partir de então, pertencer a outros mundos.
A distância nem sempre leva ao esquecimento,
Ralha com força, aproxima-te do riso.
Empreender o caminho que não conhecemos,
Jogar pedras ao reservatório,
Percorrer o pasto afiado,
Cultivar um novo deserto,
Representa criar um outro ciclo
Que no passado
Será como uma primeira tentativa.
***
PASAJERA CONCIENCIA
Quiero la libertad conformista del otro,
sin perder esas ganas incansables en la búsqueda de la mía.
Ver pasar una nube espesa que refleje el oscuro
presagio de algún vago pensamiento.
No existe el abrazo,
está la dura cara de la espalda.
El rechazo varía y simboliza de manera cohibida
un profundo sentir verdadero.
No es que tema al embargo de mis pasos,
es sólo que repudio seguir atada al hierro tenue de esta pasajera consciencia.
CONSCIÊNCIA PASSAGEIRA
Quero a liberdade conformista do outro,
sem perder esses desejos incansáveis na busca da minha.
Ver passar uma nuvem espessa que reflete o escuro
presságio de algum vago pensamento.
Não existe o abraço,
Estão duras as costas.
O desprezo transforma e simboliza de maneira coibida
Um profundo sentir verdadeiro.
Não é que eu tema o embaraço de meus passos,
É só que repudio seguir presa ao ferro tênue desta consciência passageira.
***
UNA SOMBRA EN LA CASA
No sé si este cuerpo fue consumido por la casa o todavía es un estático adorno, una lámpara fundida. O si los huesos quiebran con el tacto porque no reposan en ellos los dedos que se duermen con la saliva de la noche.
Tal vez la puerta dejó de abrir y la carne andante quedó atrapada.
Solo tal vez, la madrugada entró por el techo y perforó el sueño: estoy yo, la última inocente.
UMA SOMBRA NA CASA
Não sei se este corpo foi consumido pela casa, ou se é, ainda, um enfeite estático, uma lâmpada fundida. Ou se os ossos se quebram com o tato porque não repousa neles os dedos que adormecem com a saliva da noite.
Talvez a porta não tenha sido aberta e a carne errática resultou encurralada.
Apenas talvez, a madrugada entrou pelo telhado e perfurou o sonho: fico eu, a última inocente.
Mayra Alejandra Izquierdo López: nascida en Cereté-Colombia.
Poeta e licenciada em Espanhol e Literatura na Universidade de Córdoba. Participante da oficina literária “Raúl Gómez Jattin”, de Cereté. Poemas seus foram publicados na revista “Junta Letras”, em antologia de 2011 e na antologia Nuevos narradores y poetas del caribe colombiano da Red Nacional de Escritura Creativa RELATA do Ministério de Cultura; e em várias antologias do Encuentro de Mujeres Poetas de Cereté. Participou de diversas oficinas e encontros literários no país, e é também membro ativo do atual encontro XXI ENCUENTRO NACIONAL DE INTERNACIONAL DE MUJERES POETAS, evento que reune destacadas vozes da poesia nacional e internacional.
Claudia Barral (Salvador, 1978) é escritora e psicanalista. Atua em diversos campos da produção literária como dramaturga,roteirista e poetisa.Suas peças de teatro contam com montagens no Brasil e em países comoAlemanha,Itália,Portugal e Peru, com destaque para O Cego e o Louco (Versão roteirizada para a TV Cultura em 2007), Cordel do Amor sem Fim (Prêmio Funarte 2004) e Hotel Jasmim (Prêmio Feminina Dramaturgia Heleny Guariba, 2014). Publicações em poesia incluem poemas selecionados pela Revista Poesia Sempre (Rio de Janeiro, FBN,2008) e os livros O Coração da Baleia (Ed. P55, 2011) e Primavera em Vão (Ed. Penalux, 2015). Outras publicações incluem O Cego e o Louco e outros textos (Ed. Cidade da Bahia,1998) e Cordel do Amor sem Fim (Ed.Funarte,2003).