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Ilustração: Koert/deviantART |
Ao sul da raiz desta árvore que te dar nome
fruto
sem faca
maldita
florada és morte
tua
cresce não tens em ti o gene
a morte tem teu nome escrito entre vidas
morrer é cura do corpo
seguis, pois seguimos.
*
Capim queimado fogo das dimensões
lembranças tantas
– acendi em ti essa chama, queima
queima arde nas estralas de ti
várias palavras luz-fogo
calor de tua boca
queime-se
fogo
há
ainda
chama, capim na língua de fogo,
voando aproxima-se o cavalo
já podes o ver em chamas?
*
Tombou-se o sol
e manchou-se a terra
e o homem sem poesia,
virou terra batida.
Marcos Samuel Costa da Conceição nasceu em Ponta de Pedras - Ilha de Marajó – Pará – Amazônia – Brasil, com os rios praticamente debaixo dos braços.É filho, neto e bisneto de pescadores tradicionais da ilha, cresceu ouvindo muitas estórias. Aprendeu a amar as dimensões dos rios, mas acima de tudo aprendeu a fala dos rios – o silêncio –, seus primeiros poemas sugiram tão natural como os sonhos e os medos da infância. Autor de alguns livros: Pés no chão e sonhos no ar (edição do autor, 2012), Convites para Amar (editora LiteraCidade, 2013), Sentimentos de um século 21 (Multifoco Editora, 2014), e Titulado amor (editora LiteraCidade, 2014), e um em co-autoria com dois amigos: Interpoética (Big Times editora, 2015). Participou de mais de 20 antologias literárias. Atualmente faz o conservatório de música do Instituto Carlos Gomes em flauta transversal.