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Ilustração: Paulina Maciejewska |
que venha na nudez e no silêncio
das intuições indecifráveis
o acorde ressurgente
que desperta o ritmo
das partículas do íntimo liberto...
e esta liberdade une confidências
de caminhantes
e engenhos de destinos...
esta elevação
restaura o mister
das alvas embarcações
que demarcam pilares azuis e brancos
no verde brilhante dos enleios
renovados...
testemunhar o segredo
das paisagens levitadas
no pomar das inéditas claridades
é velejar o essencial
anunciando
as parábolas erguidas nas asas da manhã
e o prelúdio dos pássaros
que re/pousam na ramagem dos sonhos...
nos mares ou nas avenidas
há o leme
o traçado confidencial
o horizonte nas persianas do tempo
a quase-súplica do desconhecido
as mutações...
repentinas incertezas
não desconstroem
a rota da primazia que alimenta o eterno...
sempre haverá ilhas
no ventre livre do cotidiano
e sempre há o vento nas rosas
e a rosa dos ventos...
– há sempre a viagem
e o rumo
para o mirante das conquistas...
para todo o sempre
há um porto
e um veleiro
uma lira e uma chama
na amplidão inexplorada
de cada navegante.
RUBENIO MARCELO é poeta, escritor, membro efetivo da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (Cadeira 35) e membro correspondente da Academia Mato-Grossense de Letras. É autor de dez livros publicados e dois CDs, e sua obra mais recente é o livro de poemas ‘Veleiros da Essência’. Também revisor, palestrante e advogado, reside em Campo Grande/MS.