nos elogios do burguês,
a contestação se desfez.
só o leitor é maldito.
hoje o poeta é armazém
e o muro, o auge do escrito.
[quadra ao gosto popular]
o coração – esse bordel fibroso,
de frente fosca e só acesso a senha,
numa alameda sob a noite densa,
onde entrecoxas bailam sem repouso.
onde entrecoxas bailam sem repouso.
[expectativa]
às vezes suponho: "nunca".
mas logo cogito: "breve".
concluo: "de nada serve".
[resignação]
leve,
ainda e antes,
qualquer carga
que se assente.
[saída]
quando em versos abissais
meu todo explode e só
o nada avante sinto,
a Melancolia
faz da arte em mim
seu labirinto.
[maverick]
too old
for cool
too young
to dye
Diego Callazans nasceu em Ilhéus (ba) em 1982 e mora em Aracaju (se) desde criança. É autor de A poesia agora é o que me resta (Patuá, 2013), Blasfêmias(7 Letras, 2015) e Nódoa (7 Letras, 2015). Tem poemas publicados em diversas revistas literárias..