I
o ventre suave
encobre
a Vênus
que sangra.
II
é c oração aberto
sagrada
III
saí
de auréolos sugados-inchados
de beijo-dente-aperto
mordida alucinando
boca-vulva-úmida,
ingênua
secretando sangue e pasmo.
IV
da fêmea
escarlate
no anus
é tabu
/ pode ser sagrado
V
o som
do frio da manhã,
escuto-o:
é masculino
VI
em corpo
estrelado
dorme
insone frescor
(fragmentos das séries A FLOR de TI / E R O S)
Mari Quarentei , libriana de São Paulo/SP. Terapeuta ocupacional implicou-se desde os anos 80 com a desconstrução do manicômio, a criação de novos modos para acolher a loucura e de dispositivos híbridos entre clínica, vida e arte. Em 2010 retoma a escrita poética a partir do contato com a cena artística de Curitiba, onde reside desde 2013 e participa do Coletivo Marianas. Seu trabalho se dá a conhecer nos saraus, na rede... bem informalmente. Publicou caderninho de Imagem I com Simone Ferreira pela ”quaseeditora", Curitiba 2014. E artista visual / pós-graduanda em Poéticas Visuais com o experimento: Dar a palavra ...à palavra: entre a escrita e pintura.
https://www.facebook.com/mari.quarentei