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| Hans Sebald Beham (1500-1550) - O impossível. |
hybris punk symbolo
/por Nuno Rau/
a noite cheia de símbolos
lá fora, um livro
escrito pelo deus dos que têm
olhos para ver
o que as estrelas dizem quando
cravam ponto a ponto o código
em braile que seus dedos, garras
saltando palma afora, nunca
irão tocar Maldito
deus dos outros, você rabisca no chão
das aparências, na cinza
que cai das estrelas se consumindo quando riscam
a face da noite vertical dos calendários
: estrelas, feridas
que sangram luz sobre a menina
de cabelos índigo
numa das praças
do mundo, província
do universo - os outros, que têm fé no deus
dos outros, me dizem o que é a poesia
e a vida, a carne e o símbolo, enquanto
com os pés inteiros na água
da fonteo menino
punk de olheiras bem fundas, bilheteiro do Circo
dos Horrores, ladrão
da chave da caixa de Pandora,
gemia mais um verso como resposta
à cusparada desse deus
que nunca vai morar aqui.