"Uma carta traça o caminho de uma viagem ao encontro do poeta Manoel de Barros, percorrendo sobretudo a paisagem da palavra. Tal paisagem será recortada por outra, dos leitores de Barros, focalizados aqui sob o prisma do afeto e da amizade."
Língua de Brincar foi rodado em 2006 e lançado em 2007. Manoel de Barros é personagem central deste filme dirigido por Gabriel Sanna em parceria com Lucia Castello Branco. Tem participações de Maria Bethânia, Mia Couto e Ondjaki, além do próprio Manoel e sua esposa, Stella. Segundo Gabriel Sanna a história é bem mais antiga, do início dos anos 80, quando Lúcia, então estudante de letras da UFMG, escreve uma resenha do "Arranjos para Assovio" no Suplemento Literário. Pouco depois recebe de Manoel uma carta agradecendo e eles passam a se corresponder com frequência até que, no meio dos anos 90, ela faz uma viagem ao pantanal para finalmente conhecê-lo de perto. No ano dois mil Gabriel, sobrinho de Lúcia, lê o "Livro Sobre Nada" e, sabendo da amizade dos dois, sugere um filme sobre nada - uma viagem ao encontro do poeta sem roteiro, sem nem mesmo avisá-lo, fazendo do caminho até ele um filme, ou ao menos a tentativa de um. Com o passar dos anos amigos foram entrando na onda, o próprio Manoel ficou sabendo e deu palpites, e a história acaba se transformando nesta que em 2006 vira "Língua de Brincar".
com: Júlia Branco, Rafael Fares, João Rocha, Mia Couto, Maria Bethânia, Ondjaki, Paulo de Andrade, Berta Waldman, Betty Mindlin, José Mindlin, Maria inês de Almeida, Stella e Manoel de Barros
Direção: Lucia Castello Branco e Gabriel Sanna
Assistência de direção e pesquisa: João Rocha
Trilha sonora: Rafael Martini
Gabriel Sanna, vulgo Gabraz, nasceu no Rio de Janeiro e aos 5 anos mudou-se para Belo Horizonte, onde estudou filosofia, literatura e mais tarde cinema. Desde 2004 tem feito diversos videos experimentais e em 2006 estabeleceu uma parceria com a escritora e psicanalista Lucia Castello Branco para a realização de uma série de documentários sobre alguns sujeitos singulares da literatura brasileira. Da parceria nasceram os filmes Língua de Brincar e Redemoinho-Poema, feitos a partir de encontros com Manoel de Barros e Maria Gabriela Llansol, além de 3 curtas e um terceiro longa inédito com Maria Bethânia. Voltou ao rio em 2008, onde segue fazendo filmes não só como diretor, mas também como fotógrafo e montador. Desde 2010 é curador da Mostra do Filme Livre, um dos principais festivais de cinema independente do país. Tem mais de 20 filmes, entre curtas e longas, nos mais diversos formatos, exibidos em mostras e festivais mundo afora.
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