Meteoro
Caiu em meu coração
Um meteoro
Que deixou um buraco
Tão profundo que nele agora moram
As palavras que habitam
O mundo
Cometas sem vida
Pelos olhos
dos homens
o futuro é incerto,
Não cabem as noites
nos buracos
de balas
que se instalam
nas paredes
dos prédios
Não querem
ser sombras
as almas
que fogem
por medo do dia
o suspiro do açoite
vem sempre
do alto,
cai como estrelas
cometas sem vida
Pelos olhos
dos homens
o futuro é incerto,
Não cabem as noites
nos buracos
de balas
que se instalam
nas paredes
dos prédios
Não querem
ser sombras
as almas
que fogem
por medo do dia
o suspiro do açoite
vem sempre
do alto,
cai como estrelas
cometas sem vida
Frestas do Tempo
Seria esperado da criança
Que brincasse em terra
Jogos, cavalos, o mundo em
Festas entre colegas
Que dividem um sonho
Tivesse terra, casa
Morada certa seria
A varanda recreio
De onde beijaria a Lua
Entre frestas do tempo
Vivessem os amigos
Seriam quatro ou cinco
Que correriam contra
O Sol do deserto
Restasse a família
Não estaria, doze anos
Com uma pedra na mão
Defronte a um tanque
Seria esperado da criança
Que brincasse em terra
Jogos, cavalos, o mundo em
Festas entre colegas
Que dividem um sonho
Tivesse terra, casa
Morada certa seria
A varanda recreio
De onde beijaria a Lua
Entre frestas do tempo
Vivessem os amigos
Seriam quatro ou cinco
Que correriam contra
O Sol do deserto
Restasse a família
Não estaria, doze anos
Com uma pedra na mão
Defronte a um tanque
Cacto
Ainda que o espinho te fira
Reside no cacto a beleza que
Indica valer-se o risco e o
Sangue que se despeja
Entre suas flores vermelhas
Vê mas não te aproximes
Até ter-se a certeza de que
A flor que te enche as vistas
Cabe em tua alma pequena
Ainda que o espinho te fira
Reside no cacto a beleza que
Indica valer-se o risco e o
Sangue que se despeja
Entre suas flores vermelhas
Vê mas não te aproximes
Até ter-se a certeza de que
A flor que te enche as vistas
Cabe em tua alma pequena
Nascer do dia
Guarda o silêncio na boca
Antes que a noite te cobre
Palavras não ditas
Guarda do gosto o açoite
Da lembrança a ferida
E ria como se só nos restasse
O nascer do dia
Guarda o silêncio na boca
Antes que a noite te cobre
Palavras não ditas
Guarda do gosto o açoite
Da lembrança a ferida
E ria como se só nos restasse
O nascer do dia
Silêncio
Ouvem os gritos do vento
Quem do deserto é nascido
Rompem os raios de Sol
Quem nunca
se dá por vencido
Silêncio vem do ouvido
De quem escuta apenas
Aquilo que nunca foi dito
Ouvem os gritos do vento
Quem do deserto é nascido
Rompem os raios de Sol
Quem nunca
se dá por vencido
Silêncio vem do ouvido
De quem escuta apenas
Aquilo que nunca foi dito
Marcelo Leandro Ribeiro é escritor, poeta e letrista. Engenheiro, autor de diversos livros publicados na área. Em literatura escreve poesia, contos, crônicas e infantis.
Poemas: Marcelo Leandro Ribeiro
Imagem: arte em grafite de Banksy, no muro de Gaza.